Noite fria. O mar já não parecia tão bonito como antes, as velas dos barcos ancorados não eram mais tão atraentes. Resolvi, então, sentar em um banco qualquer, sem nenhum propósito. Para pensar, talvez. Ou não. Já não tinha controle sobre o que pensava. Provavelmente, as taças de vinho fazendo efeito. Vinho dado por ela horas antes... Ah, ela. Não fazia idéia de onde poderia estar. Olhava pro céu com a esperança de vê-la entre as constelações. Olhava, olhava e nada via. Ou melhor, via algo, mas não o que procurava. Um amontoado de astros cintilantes começou a disputar meus pensamentos com ela. Em vão. Era mais forte que pensava. Um misto de sensações me tomava, sentia tudo. Mas faltava sentir o principal. E fazia falta. Deu-se então a chuva, que se fundiu com uma lágrima minha que caía. Pessoas estranhas fugiam da tempestade, só não eu. Queria ficar, precisava ficar. Precisava lavar a alma, me desfazer daquilo, pro meu própio bem. Aumentou a intensidade. A antes relaxante brisa se tornou um vendaval. Vendaval que varria tudo em seu caminho. Só não varria o que eu queria. A maré crescia. Tornava-se perigoso permanecer onde estava. Precisava correr esse risco. Algo precisava sair de mim. Há momentos que temos que gritar, espernear, ou simplesmente não falar. Talvez, esse tenha sido o meu erro: falar. Já sabia da resposta, mas existia um mínimo fiapo de esperança em meu interior. Tinha que ouvir de sua boca. E ouvi. Da mesma maneira que ouvi gritos vindos do continente. "Saia daí, garoto! É perigoso!" Não mais me importava. Inconscientemente, rumara em direção ao mar. Já que não teria meu amor, tinha que me entregar a outro. Então me entreguei e não mais voltei.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Barack, o homem certo?
Estampado na capa da edição de Julho de uma das mais consagradas revistas do mundo, Rolling Stone, Barack Obama é tido como o "Messias", que pode vir a mudar de maneira contundente a política norte-americana e causar uma certa "tensão" na tradicional forma governamental solidificada em Washington.
De gosto musical refinado(escuta, entre outros, Rolling Stones e Bob Dylan), Obama se mostra sempre convicto em seus discursos, sempre esbanjando um grande otimismo. Otimismo e auto-confiança que, de certo, devem estar ainda maiores depois de vencer Hillary Clinton nas prévias democratas e aparecer a frente do Republicano John McCain em pesquisas realizadas. Aparentemente simples e calmo, o democrata controla muito bem sua candidatura ao posto de líder da maior economia do mundo. Porém, toda essa calma e tranquilidade não o impede de demonstrar seu caráter de liderança e sua maneira muitas vezes aguerrida de pensar e agir. Como podemos muito bem observar em uma de suas respostas à RS quando indagado a respeito de o que o motivou a se candidar à presidência: "Pensei que seria capaz de tomar decisões mais adequadas como presidente do que o atual ocupante do posto". De fato. Tomar decisões mais lúcidas e inteligentes que George W. Bush não deve ser muito difícil.
Entre as propostas do atual senador de Illinois, destacam-se a proposta de criação de uma nova política energética e a retirada das tropas norte-americanas do território Iraquiano. Em relação a primeira, Obama pretende diminuir a dependência dos EUA do petróleo estangeiro buscando novas fontes de energia, ele é um defensor convicto da utilização do Etanol. Isso mesmo, ele defende a utilização do Etanol. Só que do Etanol norte-americano. Utitlizando-se de uma estratégia bastante semelhante a usada pelo Brasil há cerca de 20 anos atrás com a formação de enormes subsídios. Além disso, pretende não diminuir a sobretaxa cobrada em cima da importação do etanol brasileiro. Ou melhor, pretende sim. Mas apenas quando os ianques já estiverem com a produção a todo vapor. Ou seja, o democrata mostra que poderá vir a ser um excelente presidente. Para os EUA. Outro exemplo dessa forma de pensamento puramente protecionista é a afirmação feita por Obama no relatório elaborado por sua equipe sobre a América Latina: "a liderança do Brasil em biocombustíveis causa certa preocupação". Interessante vermos no país que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto e reduzir, assim, sua emissão de gases poluentes pelo "receio"(no mais alto eufemismo) de freiar seu crescimimento econômico, existir um candidato que prese tal diminuição. Será que o aquecimento global finalmente derreteu as gélidas idéias presentes na cabeça dos líderes norte-americanos? Quem sabe.
A ocupação do Iraque tembém é um fato que intriga Obama. Ele defende que as tropas da terra do Tio Sam devem ser retiradas o mais rápido possível do Oriente Médio. Essa é uma das propostas em que Barack mais se apoia. Resta saber agora se realmente ocorrerá ou se é apenas um blefe eleitoral.
São atribuidos ao senador democrata diversos rótulos. O novo John Kennedy, o novo Martin Luther King. Comparações bem exageradas, por sinal. Talvez seu carisma e sua jovialidade possam ser características relacionadas com as de Kennedy, porém Obama terá que provar muito, se for realmente eleito, para que se possa ser feita a mínima menção ao primeiro presidente norte-americano nascido no século XX. Quanto a Luther King, é comparado por ser
negro, mas também terá que se mostar um grande defensor dos direitos dessa minoria.
Paira, ainda, uma grande desconfiança em cima do democrata. Até mesmo por estar em um país claramente reacionário e preconceituoso. Existem barreiras que devem ser quebradas. E Obama parece ser, realmente, uma nova alternativa para se mudar o império norte-americano. Se bem ou mal, só o tempo dirá.
De gosto musical refinado(escuta, entre outros, Rolling Stones e Bob Dylan), Obama se mostra sempre convicto em seus discursos, sempre esbanjando um grande otimismo. Otimismo e auto-confiança que, de certo, devem estar ainda maiores depois de vencer Hillary Clinton nas prévias democratas e aparecer a frente do Republicano John McCain em pesquisas realizadas. Aparentemente simples e calmo, o democrata controla muito bem sua candidatura ao posto de líder da maior economia do mundo. Porém, toda essa calma e tranquilidade não o impede de demonstrar seu caráter de liderança e sua maneira muitas vezes aguerrida de pensar e agir. Como podemos muito bem observar em uma de suas respostas à RS quando indagado a respeito de o que o motivou a se candidar à presidência: "Pensei que seria capaz de tomar decisões mais adequadas como presidente do que o atual ocupante do posto". De fato. Tomar decisões mais lúcidas e inteligentes que George W. Bush não deve ser muito difícil.
Entre as propostas do atual senador de Illinois, destacam-se a proposta de criação de uma nova política energética e a retirada das tropas norte-americanas do território Iraquiano. Em relação a primeira, Obama pretende diminuir a dependência dos EUA do petróleo estangeiro buscando novas fontes de energia, ele é um defensor convicto da utilização do Etanol. Isso mesmo, ele defende a utilização do Etanol. Só que do Etanol norte-americano. Utitlizando-se de uma estratégia bastante semelhante a usada pelo Brasil há cerca de 20 anos atrás com a formação de enormes subsídios. Além disso, pretende não diminuir a sobretaxa cobrada em cima da importação do etanol brasileiro. Ou melhor, pretende sim. Mas apenas quando os ianques já estiverem com a produção a todo vapor. Ou seja, o democrata mostra que poderá vir a ser um excelente presidente. Para os EUA. Outro exemplo dessa forma de pensamento puramente protecionista é a afirmação feita por Obama no relatório elaborado por sua equipe sobre a América Latina: "a liderança do Brasil em biocombustíveis causa certa preocupação". Interessante vermos no país que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto e reduzir, assim, sua emissão de gases poluentes pelo "receio"(no mais alto eufemismo) de freiar seu crescimimento econômico, existir um candidato que prese tal diminuição. Será que o aquecimento global finalmente derreteu as gélidas idéias presentes na cabeça dos líderes norte-americanos? Quem sabe.
A ocupação do Iraque tembém é um fato que intriga Obama. Ele defende que as tropas da terra do Tio Sam devem ser retiradas o mais rápido possível do Oriente Médio. Essa é uma das propostas em que Barack mais se apoia. Resta saber agora se realmente ocorrerá ou se é apenas um blefe eleitoral.
São atribuidos ao senador democrata diversos rótulos. O novo John Kennedy, o novo Martin Luther King. Comparações bem exageradas, por sinal. Talvez seu carisma e sua jovialidade possam ser características relacionadas com as de Kennedy, porém Obama terá que provar muito, se for realmente eleito, para que se possa ser feita a mínima menção ao primeiro presidente norte-americano nascido no século XX. Quanto a Luther King, é comparado por ser
negro, mas também terá que se mostar um grande defensor dos direitos dessa minoria.
Paira, ainda, uma grande desconfiança em cima do democrata. Até mesmo por estar em um país claramente reacionário e preconceituoso. Existem barreiras que devem ser quebradas. E Obama parece ser, realmente, uma nova alternativa para se mudar o império norte-americano. Se bem ou mal, só o tempo dirá.
sábado, 9 de agosto de 2008
Ah, as Olimpíadas!
Ano olímpico, mês olímpico, dia olímpico, hora olímpica. Enfim, deu-se inicio as Olímpiadas na China. O maior evento esportivo do planeta, que atrai atenções dos quatro cantos do mundo. Organização quase perfeita, apenas um ou outro pequeno entrave que não desabrilhantou, pelo menos até agora, o evento. Criatividade elevadíssima. Tudo indo as mil maravilhas. O que mais me chama a atenção em época de Olimpíadas, como também em ano de Copa do Mundo, não são apenas os atletas. Ah, a beleza escultural das obras? Não. A união de vários povos em torno do "Espírito Olímpico"? Também não. Temos pontos a observar e comentar. É evidente a beleza das obras em Pequim, a Vila Olímpica pode ser tomada como exemplo, não podemos ignorar isso. Porém, também ocorreram fatos lastimáveis em relação às tais obras monumentais. Por exemplo, várias famílias foram despejadas de suas casas para a construção de prédios e ginásios olímpicos. Protestos foram realizados, é claro, mas sem nenhuma consequência maior. Como é de costume do reacionário governo chines, as manifestações foram controladas sem maiores repercussões. Mas as Olimpíadas servem para unir os povos ao menos, não é? Pode até ser que sim. Mas, não foi o que ocorreu no caso sempre complicado das duas Coréias, que entraram e contabilizaram medalhas juntas em Atenas. Dessa vez, aconteceram problemas e as duas voltaram a se separar "olimpicamente". Também foi bastante perceptível, só não tomou conhecimento quem não viu sequer um noticiário durante o ano, as complicações e protestos sobre a emancipação do Tibet. Em vários locais do planeta, enquanto a tocha olímpica era conduzida pelos atletas de diversos países, manifestações foram efetuadas por adeptos Tibetanos.
É interressante também vermos como o evento ocupa bastante tempo na grade de programação da maioria dos canais abertos. Não apenas no transcorrer dos jogos, mas também nos notíciários. E como, de certa forma, deixa em segundo plano outros acontecimentos, muitas vezes relevantes.
É a chamada "Alienação Olímpica". Todos durante os jogos olímpicos ficam secos para apurar o que ocorre no país sede. É usada como uma maneira de satisfação nacional. Por exemplo, alguém mais comentou sobre o caso Daniel Dantas da abertura pra cá? Ou sobre o andamento das eleições presidenciais norte-americanas? Ou mesmo de nossas eleições municipais? Até que sim, mas não com a ênfase que se deveria. Outro aspecto que vale se salientar é o aparecimento repentino de um patriotismo muitas vezes exacerbado. Vamos lá, Brasil! Não que ache errado torcer por seu país, mas falo em relação a não existência desse sentimento por parte de muitos no período pré-olímpico e pós-olímpico. Ah, se fosse assim o tempo todo...
Antes que me perguntem, não sou contra as Olimpíadas. Nem sou contra o esporte. Adoro esporte. E gosto dela também. Só acho que algumas coisas devem ser ditas. Enfim, viva as Olimpíadas!
É interressante também vermos como o evento ocupa bastante tempo na grade de programação da maioria dos canais abertos. Não apenas no transcorrer dos jogos, mas também nos notíciários. E como, de certa forma, deixa em segundo plano outros acontecimentos, muitas vezes relevantes.
É a chamada "Alienação Olímpica". Todos durante os jogos olímpicos ficam secos para apurar o que ocorre no país sede. É usada como uma maneira de satisfação nacional. Por exemplo, alguém mais comentou sobre o caso Daniel Dantas da abertura pra cá? Ou sobre o andamento das eleições presidenciais norte-americanas? Ou mesmo de nossas eleições municipais? Até que sim, mas não com a ênfase que se deveria. Outro aspecto que vale se salientar é o aparecimento repentino de um patriotismo muitas vezes exacerbado. Vamos lá, Brasil! Não que ache errado torcer por seu país, mas falo em relação a não existência desse sentimento por parte de muitos no período pré-olímpico e pós-olímpico. Ah, se fosse assim o tempo todo...
Antes que me perguntem, não sou contra as Olimpíadas. Nem sou contra o esporte. Adoro esporte. E gosto dela também. Só acho que algumas coisas devem ser ditas. Enfim, viva as Olimpíadas!
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