sábado, 4 de outubro de 2008

E as cortinas se cerram




Abrem-se as cortinas e dá-se início ao espetáculo. O elenco está completo. O protagonista presente, como não poderia faltar. Não há pícaro. Ou talvez haja, ainda não se sabe. Desenrola-se, então, a controversa fábula em um cenário nem sempre fictício e repleto de quiprocós intrigantes. O protagonista atua com fervor, ansiando por aplausos do público. Aplausos que muitas vezes não condizem com o merecimento de quem os clama. Enredo enfadonho. É uma tragédia. A luta contra o destino traçado nas tortas linhas do script se faz bastante nítida. Luta sem êxito algum. O engodo da história envolve o protagonista. Não há espcapatória. Há dias em que o ator não sobe ao palco para sorrir. Figurantes vem e vão. Coadjuvantes se fazem necessários. Eis que surge o pícaro, já se pode notá-lo. Está onde menos se espera, talvez. Um Macunaíma subentendido nas entrelinhas das atuações. Chegamos ao clímax do drama, ao ápice da parábola descrita no espetáculo. O protagonista segue à risca o roteiro, mesmo contrariado. A conformidade necessária. Atuação digna de troféu em Broadway, mas não fora condecorado com o prêmio. Foi dado a outro. O fim da trama se anuncia. E sem um final feliz aparente. As cortinas, então, se cerram. O palco se esvazia, o espetáculo acabou. Um silêncio ensurdecedor toma o ambiente. Por hora, espera-se. O show tem que continuar.