Noite fria. O mar já não parecia tão bonito como antes, as velas dos barcos ancorados não eram mais tão atraentes. Resolvi, então, sentar em um banco qualquer, sem nenhum propósito. Para pensar, talvez. Ou não. Já não tinha controle sobre o que pensava. Provavelmente, as taças de vinho fazendo efeito. Vinho dado por ela horas antes... Ah, ela. Não fazia idéia de onde poderia estar. Olhava pro céu com a esperança de vê-la entre as constelações. Olhava, olhava e nada via. Ou melhor, via algo, mas não o que procurava. Um amontoado de astros cintilantes começou a disputar meus pensamentos com ela. Em vão. Era mais forte que pensava. Um misto de sensações me tomava, sentia tudo. Mas faltava sentir o principal. E fazia falta. Deu-se então a chuva, que se fundiu com uma lágrima minha que caía. Pessoas estranhas fugiam da tempestade, só não eu. Queria ficar, precisava ficar. Precisava lavar a alma, me desfazer daquilo, pro meu própio bem. Aumentou a intensidade. A antes relaxante brisa se tornou um vendaval. Vendaval que varria tudo em seu caminho. Só não varria o que eu queria. A maré crescia. Tornava-se perigoso permanecer onde estava. Precisava correr esse risco. Algo precisava sair de mim. Há momentos que temos que gritar, espernear, ou simplesmente não falar. Talvez, esse tenha sido o meu erro: falar. Já sabia da resposta, mas existia um mínimo fiapo de esperança em meu interior. Tinha que ouvir de sua boca. E ouvi. Da mesma maneira que ouvi gritos vindos do continente. "Saia daí, garoto! É perigoso!" Não mais me importava. Inconscientemente, rumara em direção ao mar. Já que não teria meu amor, tinha que me entregar a outro. Então me entreguei e não mais voltei.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
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10 comentários:
Que coisa mais... triste! Mas gostei Marcel. Só deixa o mocinho feliz no próximo final, tá? Tão melhor.. uashusahuas :D
Oi Marcel! Li seu conto e achei bastante interessante.... kkkkk eu li até o fim! Parabéns futuro jornalista bom.
beijos
Putzz muitooo show!
Tava inspirado ehehe!
Quando não podemos ter, o jeito é se entregar a outro amor!
Porém...
Podemos até não voltar,
Mas esquecer, impossível!
O mar ja sorriu pra mi várias vezes, mas a gente só se lembra das vezes q marca. Lembro de uma vez q o mar estava feio e o tempo fechado. Deu pra visualizar isso nesse "mini-conto". O que eu mais gosto nos seus textos é a sua escolha de palavras. Escreve muito hein?
=D
Mt bom cara! Mas nao vá nao vei, volte q para curar um problema com amor basta um novo..
Escreve cada vez melhor..
Abraço vei
que coisa linda, Marcel.
Belo texto, Marcel!
Eu disse que vc tinha que postar! faz bem, pow! adoorei o texto!
belo! :D
;*
Ahh, eu sei bem o que é isso, mas já dizia um anônimo: "...A gente se fode sempre, a probabilidade de alguma coisa dar certo é mínima, e num é que algumas vezes dá? :O Outras vc acha que tá tudo certo e se fode de novo. Bum! Mas amar implica todas essas coisas...viver,chorar, sorrir, sofrer e sorrir de novo. Quanto às minhas desilusões, sempre me dizem pra esquecer e como se fosse fácil. Não é fácil esquecer alguém que te fez sangrar, mas a gente caminha passos largos e num dia acorda e manda tudo pra puta que pariu. HA! ou n...vai saber! "viver ultrapassa qualquer entendimento", já dizia clarice...Um dia seremos tudo um bando de filhos das putas felizes... nós, n as putas!"
Tá, mentira, foi anônimo nenhum, fui eu quem escreveu isso aí...é que tá tão ruim que eu achei melhor dizer que n tinha sido eu, mas eu assumo, assumo inclusive que to indo comer chocolate de panela agora, ficar uma baleia essa porra...HA!
lindo, marceliiiito!! :}
:*!
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